Por Bàbá Ifasogbon Agboola
Filhos de Òṣùn são vaidosos no bom sentido. Gostam de se arrumar, cabelo penteado, roupa que cai bem. São doces no falar, riem com facilidade, atraem gente como rio atrai peixe. No amor, são intensos, dão tudo, mas cobram lealdade. Ciúme vem fácil, mas perdoam se o erro for honesto. Trabalham com água, beleza, comércio: cabeleireiras, joalheiras, vendedoras de mercado, donas de loja que enchem prateleiras. Prosperam porque sabem negociar, sorrir para cliente, ver valor no pequeno.Osun é Orisa da amabilidade.
Uma história conta como Òṣùn salvou os orixás da seca. Olodumare mandou criar o mundo, mas águas sumiram. Orixás brigaram, ninguém achou solução. Òṣùn desceu, levou abóbora cheia de mel, espalhou doçura, rios voltaram a correr. Desde então, ela é essencial, sem água não há vida.
Em Abéòkúta, pedras gigantes protegem a cidade, Òṣùn mora nelas. Povo sobe morros, leva oferendas, pede chuva na seca, sol na enchente. Crianças nascem ali com nomes como Osunyomi, água da Òṣùn. Òṣùn cobra tabus. Nada de mentira, porque suja a água. Evite inveja, roubo, violência.
Homem chamado Ade perdeu tudo em incêndio. Casa, loja, família dispersa. Foi ao rio, jogou moeda de cobre, pediu recomego. Sonhou com Òṣùn dando leque, dizendo: abane o fogo velho, crie novo. Meses depois, abriu barraca maior, clientes voltaram, casou de novo, filhos vieram.
Òṣùn une amor e dinheiro. Ensina que prosperidade vem de coração aberto. Dê sem esperar, receba dobrado. Comércio justo, amor fiel, fertilidade natural.
Ela é mãe que penteia o mundo, adoça amargos, lava dores. Sem ela, terra seca, ventres vazios, bolsas leves. Com ela, tudo flui, cresce, brilha. Cada gota de rio carrega lição: adapte, curve sem quebrar, termine maior. Òṣùn é essência da vida em movimento. Água que nutre, ouro que enfeita, amor que gera, riqueza que sustenta. Honre-a diariamente, vida vira celebração constante.

