Por Bàbá Ifasogbon Agboola
O Ìpònri, a ligação com a essência, nos lembra que estamos conectados a algo maior. No dia a dia, isso pode se traduzir em práticas que nutrem sua espiritualidade, não necessariamente no sentido religioso, mas no sentido de encontrar significado. Para algumas pessoas, isso é orar ou meditar. Para outras, é caminhar na natureza, ouvir música que toca a alma ou até cozinhar com amor para a família. O que importa é encontrar algo que te reconecte com sua essência.
A noção de Kádàra — a orientação no caminho — é especialmente útil para lidar com os altos e baixos da vida. Às vezes, as coisas não saem como planejado. A sabedoria yorùbá nos diz que esses momentos não são o fim do caminho, mas parte dele. Seu Kádàra é como uma bússola: ele não impede os obstáculos, mas te guia através deles. No dia a dia, isso significa confiar no processo, mesmo quando ele é difícil.
A ideia de Akùnléyàn — o conjunto das escolhas feitas no Òrun — nos lembra que a vida é um reflexo das decisões que tomamos, conscientes ou não. Isso não significa que tudo está predeterminado, mas que temos o poder de moldar nosso destino com base nas escolhas que fazemos agora. Cada escolha, por menor que pareça, é um passo em direção ao alinhamento com seu Akùnléyàn.
O Ori é um presente de Olodumare, mas ele não nos torna superiores aos outros. Cada pessoa tem seu próprio Ori, seu próprio caminho. Em vez de julgar os outros, tente entender. Isso pode mudar a forma como você lida com conflitos, seja com um familiar, um amigo ou um estranho. Precisamos cuidar do equilíbrio em todas as áreas da vida. O desequilíbrio — mental, emocional ou espiritual — acontece quando nos afastamos do nosso Ori. A reflexão sobre o Ori também nos ajuda a lidar com os desafios da vida moderna. Vivemos em um mundo acelerado, onde é fácil se desconectar de si mesmo. As notificações, as demandas do trabalho e as pressões sociais podem nos tirar do nosso centro.
Reflita
1. Honre sua unicidade: Reconheça que seu Ori é único. Evite comparações com os outros e foque nas suas qualidades. Pergunte: O que meu Ori está me pedindo hoje?
2. Pratique a compaixão: Entenda que comportamentos desequilibrados vêm de um desalinhamento com o Ori. Seja gentil consigo mesmo e com os outros, mesmo em momentos de conflito.
3. Conecte-se com seu Ori: Reserve um momento diário para um ritual simples. Coloque a mão na cabeça, respire fundo e diga: Meu Ori, me guie com clareza e propósito.
4. Tome decisões conscientes: Antes de agir, pergunte: Essa escolha está alinhada com meu Ìpin? Reflete meu propósito? Isso ajuda a evitar decisões impulsivas.
5. Cuide do equilíbrio: Identifique o que te tira do centro — estresse, excesso de trabalho, redes sociais — e invista em práticas que te reconectem, como meditação, orações diárias, descanso ou hobbies.
6. Confie no Kádàra: Veja os desafios como parte do caminho. Quando algo dá errado, pergunte: O que posso aprender com isso?
7. Cultive gratidão: Agradeça ao seu Ori pelos momentos bons e pelos desafios, reconhecendo que tudo faz parte do seu crescimento.

