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16 mandamentos de Ifá – VI

Por Bàbá Ifasogbon Agboola

6º MANDAMENTO – eles avisaram que fossem humildes e nunca, jamais, agissem com egoísmo. (humildade e desprendimento são atributos indispensáveis de um verdadeiro sacerdote).

Significado do 6º Mandamento:
O bàbáláwo não deve ser vaidoso de seus poderes, mas consciente deles. Não deve agir somente visando o próprio benefício, existe para servir e não para ser servido.

Interpretação:
A vaidade transforma o homem fraco de espírito num pavão que faz questão de exibir sua bela plumagem sem a consciência de que é a sua beleza que, despertando a atenção de terceiros, irá provocar a sua morte. No odu ogundakete, encontramos itans que falam do exibicionismo do pavão que, ostentando a beleza de sua plumagem, atrai para si a atenção de todos que, depois de sacrificá-lo, transformam suas penas em belos leques e adornos. O verdadeiro sacerdote, o eleito de orunmilá, não se preocupa em exibir seu poder nem o seu saber em disputas vãs e inconsequentes. Acumula em si uma grande carga de sabedoria que transmite com dedicação a quem merece saber.

Mensagem:
O exibicionismo é um dos maiores defeitos em um ser humano e inadmissível num sacerdote. Já dizia o velho jargão: “Em um burro carregado de açúcar, até o suor é doce”. É assim que, aos olhos do sábio, parecem os exibicionistas: “burros carregando açúcar”.

Ser um bàbáláwo é ter um papel especial, mas isso não significa se achar melhor que os outros ou querer só o próprio bem. O mandamento diz que o verdadeiro guia espiritual existe para ajudar as pessoas, não para ser servido ou se exibir. Ele deve usar seu conhecimento para o bem de todos, com carinho e dedicação.

O mandamento usa a imagem do pavão para explicar o perigo da vaidade. O pavão, com suas penas coloridas, chama atenção, mas acaba atraindo quem quer usá-lo, como para fazer leques. Assim é o sacerdote que fica mostrando seu poder ou saber só para parecer importante. Ele pode até impressionar no começo, mas essa atitude o leva a perder o respeito e a confiança. Em vez de se exibir, o bàbáláwo deve compartilhar o que sabe com quem realmente quer aprender, sem competir ou querer ser o centro das atenções.

Um sacerdote vaidoso, que só pensa em si, é como alguém que carrega açúcar, mas não tem valor de verdade, como diz o ditado: “Num burro carregado de açúcar, até o suor é doce”. Ser humilde é o que faz o guia espiritual ser respeitado. Todos nós podemos cair na tentação de querer parecer mais do que somos. Mas o mandamento nos pede para sermos simples, para ajudarmos os outros com o que sabemos, sem nos colocarmos acima de ninguém. É como dividir o pão com quem tem fome, sem esperar elogios. Quando agimos com humildade, construímos laços de confiança e fazemos a comunidade mais forte.

Ser humilde é escolher servir com amor, sem egoísmo, honrando Orunmilá e a tradição de Ifá. O sacerdote ajuda a criar um mundo mais unido,
onde todos podem crescer juntos, com respeito e harmonia. Essa é a verdadeira força de um guia espiritual: iluminar o caminho dos outros, não o próprio.

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Bàbá Ifasogbon Agboola

Sacerdote de Ifá Tradicional Yorubá

Entre em contato: Whats (51) 999-748701

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