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As diferentes formas de destino – II

Por Bàbá Ifasogbon Agboola

Agora, vamos olhar o destino em diferentes escalas. O destino individual é o que cada pessoa carrega no seu Ori. Ele é único, moldado por escolhas e opiniões. Uma pessoa pode se tornar professora, médica ou artesã, dependendo do que seu Ori traz e do que ela faz com isso. O destino familiar, por sua vez, um dos membros de uma mesma família, como um fio que passa de geração em geração. Os antepassados influenciam, e os desafios ou vitórias de um podem ecoar nos outros. Por exemplo, uma família pode ter uma tradição de resiliência, herdada de quem sofreu dificuldades no passado.

O destino grupal surge quando as pessoas se unem por um objetivo comum. Um grupo de amigos trabalhando juntos ou uma comunidade buscando melhorias compartilhando um destino coletivo, guiado por um entendimento mútuo. Se cada um cuida do seu Ori, o grupo fica mais forte. Já o destino coletivo abrange sociedades inteiras, como o Brasil, onde presidentes, artistas e cidadãos comuns moldam o futuro juntos.

Nesse caso, o destino não depende só de uma pessoa, mas de como todos envelhecem. Ele pode ser marcado por aspectos individuais, como o talento de um líder, ou coletivos, como a união em tempos difíceis. O destino também tem um lado imprevisível. Ele pode ser influenciado por escolhas ou por fatores externos, como o ambiente ou as pessoas ao redor. Uma pessoa pode nascer em um lugar difícil, mas, com esforço e apoio, transformar seu caminho. Isso mostra que o Ori não é rígido; ele se adapta. A ideia de predestinação, como no Àyànmo, sugere que temos um rumo, mas a forma de chegar lá depende de nós. É como uma estrada: o mapa está traçado, mas você decide se vai de pé ou de carro. O importante é a intenção de se conectar consigo mesmo.

O destino coletivo, como no Brasil, reflete a soma dos Ori de cada um. Um país cresce quando as pessoas honram seus potenciais e trabalham em juntas. Mas também pode estagnar o equilíbrio por perda. A tradição iorubá nos ensina que tudo está ligado: o indivíduo, a família, o grupo e a sociedade. Cuidar do Ori é, sem dúvida, um ato de responsabilidade com o todo. É resistir ao preconceito que ainda atinge as religiões afro-brasileiras, honrando os ancestrais que mantiveram essa sabedoria viva.

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Bàbá Ifasogbon Agboola

Sacerdote de Ifá Tradicional Yorubá

Entre em contato: Whats (51) 999-748701

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