Por Bàbá Ifasogbon Agboola

12º Mandamento – Eles avisaram que não se retira um bastão de um ancião.
(O bastão do ancião representa o acúmulo de experiências adquiridas nos longos anos em que viveu).

Significado do 12º Mandamento:
Deve-se respeitar e tratar muito bem ao mais velhos, principalmente os mais antigos na religião.

Interpretação:
O respeito aos mais velhos é um dos principais fundamentos de uma religião onde, reconhecidamente, antiguidade é posto. Faltar-lhes com o devido respeito e atenção é como retirar-lhes o bastão em que se apoiam. Aquele que sabe respeitar, acatar e amar aos seus mais velhos, sem dúvida receberá o mesmo tratamento quando também caminhar apoiado no seu próprio bastão.

Mensagem:
Os velhos, pelas experiências vividas, representam verdadeiros mananciais de sabedoria onde cada um deve procurar beber um pouco, saciando a sede de saber. São livros sagrados, cujas páginas devem ser lidas com paciência e carinho. Uma religião que, durante séculos incontáveis, teve seus fundamentos transmitidos oralmente, deve valorizar, sobremaneira, aqueles que são depositários destes conhecimentos. Um velho, por mais obtuso que possa parecer à primeira vista, sempre terá algo, obtido nos longos anos vividos, a ensinar. Devemos lembrar sempre que, se antiguidade é posto, saber é poder!

O bastão é mais do que um apoio para caminhar; ele representa toda a experiência e sabedoria que os mais velhos juntaram ao longo da vida. Esse mandamento diz que devemos tratar os mais velhos, especialmente os mais antigos na religião, com muito respeito e carinho. Eles são como tesouros vivos, cheios de histórias e conhecimentos que ajudam a manter a tradição de Ifá forte.

Os mais velhos são como guias que já caminharam por muitos caminhos. Desrespeitá-los, ignorá-los ou tratá-los mal é como tirar o bastão que os ajuda a se equilibrar. Isso não só machuca o ancião, mas também enfraquece a comunidade, porque perdemos a chance de aprender com quem sabe tanto. O mandamento nos lembra que, se respeitarmos os mais velhos hoje, seremos respeitados quando também precisarmos de um bastão para nos apoiar.

São cheios de lições que precisamos ler com paciência. Mesmo que, à primeira vista, pareçam difíceis de entender, sempre têm algo valioso para ensinar. Em Ifá, onde os ensinamentos foram passados de boca em boca por séculos, os anciãos são os guardiões dessa sabedoria. Escutá-los é como beber água de uma fonte limpa, que sacia nossa vontade de aprender. Cada história, cada conselho, é uma página que nos ajuda a crescer e a entender melhor a religião e a vida.

Na religião, respeitar os anciãos é manter a tradição viva, porque eles carregam o que Ifá é de verdade. Um sacerdote que ouve e honra os mais velhos não só aprende, mas também mostra para a comunidade como é importante viver com respeito. Essa lição também nos fala fora do terreiro. Em casa, no trabalho ou na rua, devemos tratar os mais velhos com atenção, escutando o que têm a dizer.

Às vezes, um conselho simples de um avô ou uma tia pode mudar nossa forma de ver as coisas. Respeitar quem tem mais experiência é como construir uma ponte para o passado, que nos ajuda a caminhar melhor no presente. O mandamento nos pede para sermos gratos, tratando os anciãos como mestres que merecem nosso carinho. Viver com respeito aos mais velhos é construir um caminho de união, onde a sabedoria de ontem ilumina o amanhã, trazendo harmonia e aprendizado para todos.