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16 mandamentos de Ifá – IV

Por Bàbá Ifasogbon Agboola

4º Mandamento – Eles avisaram que não dissessem que as folhas sagradas do arabá (Ceiba Pethandra), são folhas da árvore “oriro”. (Tudo deve ser feito de acordo com os ditames e os preceitos religiosos. A simples troca de uma simples folha pode ocasionar consequências maléficas ou tornar sem efeito um grande ebó da mesma forma que as folhas do Arabá não são iguais às folhas de oriro).

Significado do 4º Mandamento:
O sacerdote não pode, em nenhuma condição, utilizar-se de falsos recursos, fornecendo coisas sem validade religiosa como elementos de segurança ou de culto.

Interpretação:
Os procedimentos litúrgicos devem ser observados integralmente e a ninguém cabe o direito de fazer “isto” por “aquilo” quando em “aquilo” é que está a solução.

Mensagem:
Aquele que se utiliza de meios escusos e enganosos contra seus semelhantes, será culpado do crime de abuso de confiança. Usando de artifícios e mentiras contra as pessoas inocentes e de bom coração, o sacerdote provoca o descontentamento de Orunmilá e a consequente ira de Elegbara, e isto não é bom. Cada entidade espiritual possui um nome individual, de acordo com a determinação de Olofin (Deus).

Da mesma forma, cada Exú Elegbara possui nome e identidade própria, assim como atributos específicos. É inadmissível, portanto, que este Orixá tão sagrada e importante dentro do culto, seja assentada e entregue de maneira irresponsável, e que aqueles que a recebem permaneçam ignorantes do seu nome, qualidade, forma de tratamento e especificidade de função. Sentença: “Orunmilá é aquele que nos olha com amor, não façamos por onde possa nos olhar com desprezo”.

O sacerdote nunca deve usar materiais ou práticas falsas nos rituais. Ele compara isso a trocar uma folha sagrada, como a do oriro, por outra que não serve, como a do arabá. Essa troca pode fazer um ebó, que é uma oferenda importante, perder o efeito ou até trazer problemas. O mandamento diz que tudo na religião deve seguir as regras certas, sem atalhos ou enganações.

Quando alguém confia em um guia espiritual, espera que ele use os elementos corretos, como ervas, contas ou oferendas, exatamente como a tradição manda. Se o sacerdote engana, usando algo que não tem valor religioso ou inventando rituais, ele trai essa confiança. Isso é como dar um remédio falso para alguém doente: em vez de curar, pode piorar tudo. O mandamento alerta que esse tipo de atitude desagrada Orunmilá e pode até atrair a ira de Elegbara, uma entidade muito importante em Ifá.

Um exemplo disso é o cuidado com Exú Elegbara. Cada Exú tem um nome, uma função e uma forma certa de ser tratado. Entregar um Exú a alguém sem explicar quem ele é ou como cuidar dele é uma falta grave. É como dar um presente sem instruções, deixando a pessoa perdida e desrespeitando algo sagrado. O sacerdote precisa ser honesto, usar os materiais certos e ensinar tudo direitinho para quem recebe.

Se o sacerdote engana, ele machuca quem está de coração aberto, procurando ajuda. Isso não só afasta as pessoas da religião, mas também enfraquece a comunidade. Por outro lado, quando o sacerdote segue as regras direitinho, ele fortalece a fé de todos e mantém a tradição viva. Essa lição também nos faz pensar fora do terreiro. Quando prometemos algo a alguém, devemos cumprir com verdade, sem enganar ou usar atalhos.

É como construir uma casa: se você usa materiais fracos, ela pode cair. Na religião, usar o que é certo é como construir uma base forte para a fé. O mandamento nos pede para sermos honestos, respeitando as pessoas e o sagrado. Quem busca ajuda encontra um caminho seguro, e a religião se torna um espaço de confiança e união. Como diz a sentença, “Orunmilá nos olha com amor”; cabe a nós agir com respeito para não perder esse carinho. Seguindo as regras certas, o sacerdote honra a fé e ajuda a comunidade a crescer com força e harmonia.

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Bàbá Ifasogbon Agboola

Sacerdote de Ifá Tradicional Yorubá

Entre em contato: Whats (51) 999-748701

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